Árvores nas calçadas amenizam o calor, mas podem trazer riscos para a rede elétrica

Amazonas Energia recomenda cuidados para evitar acidentes e interrupções do serviço devido à vegetação

No Amazonas, com as temperaturas chegando próximo de 40°C, cultivar plantas em casa tem sido uma das alternativas adotadas pela população para refrescar o ambiente. Mas a Amazonas Energia alerta que o plantio em calçadas pode trazer uma grande dor de cabeça futura e esquentar os cômodos por muito tempo.

Ao balançar, os galhos de árvores frondosas podem encostar na fiação da rede elétrica e causar curto-circuito. “Uma única árvore é capaz de interromper a distribuição de energia para milhares de casas e empresas. Uma trepadeira, por exemplo, pode se enroscar nos fios e afetar até o transformador”, esclareceu Thiago Côrrea, coordenador do Departamento de Manutenção da Amazonas Energia.

Durante ventanias, os galhos podem se desprender e as árvores até desabarem se as raízes não estiverem bem fixas nas calçadas. Para evitar acidentes, a concessionária recomenda que os moradores, se optarem por colocar plantas nas calçadas, optem por espécies adequadas.

O ideal é escolher uma árvore de porte pequeno que atinja 3 metros de altura, no máximo. Espécies baixas não prejudicam a fiação elétrica e costumam ter raízes pouco profundas, o que evita o levantamento de calçadas.

Código de posturas

Segundo o Código de Posturas de Manaus, nenhuma calçada pode ser obstruída por nenhum modo sem autorização prévia da Prefeitura. Nos casos de irregularidade, o proprietário é notificado. No caso de descumprimento, o responsável estará sujeito a outras sanções previstas em lei, como aplicação de multas, apreensões e, até mesmo, demolição. As demolições mais comuns são de muretas, muros, degraus e obstáculos construídos no passeio, que impedem o trânsito livre de pessoas.

Podas

Regularmente, inspetores de campo da Amazonas Energia circulam pela cidade, observando se o crescimento das árvores representa uma ameaça. Como grande parte dos bairros possui cabeamento antigo, chamado de rede “nua” (sem proteção dos fios), o material está mais suscetível ao toque. “Os novos cabeamentos, que estão sendo implantados agora pela concessionária, possuem fios isolados por borracha especial, conseguem transferir energia sem oscilação. No futuro, o número de podas será menor porque a fiação nova convive melhor com a vegetação”, ponderou o Corrêa.

Em 2022 e 2023, para evitar acidentes que levem à interrupção do fornecimento de energia elétrica, a concessionária podou 121.340 árvores cujos galhos representavam risco. Limpou 415,7 quilômetros de faixa de servidão (trechos próximos às linhas de transmissão de energia). Além disso, promoveu 4 mil serviços de manutenção preditiva e preventiva em equipamentos de subestações 69/138 kV.

As demandas por podas também chegam por meio do número 0800 701 3001, do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), e pela contribuição consciente dos funcionários da concessionária que, ao verificarem copas de árvores trazendo risco para a fiação, informam ao setor competente para a realização de podas. O serviço é gratuito e pode ser solicitado em qualquer período do ano.